terça-feira, 29 de novembro de 2011

O comprador de gado e o comprador de cavalos.



Essa História foi extraída do site www.fazendalagoanegra.com, escita por José Eugênio Câmara Dutra Filho (é ótima...) :
"Meu pai contava uma história muita engraçada, e quem ouviu, ria muito: a diferença do comprador de cavalo e do comprador de vaca.
Segundo ele, o comprador de vaca chega na fazenda, as 6 da manhã, para ver a ordenha do gado. Já começa mal: acorda a família toda, buzinando a Brasília velha, carro preferencial de comprador de vaca. Já chega falando: "ouvi falar que o senhor tem um gadinho para vender". Mal chegou, já está chamando seu gado de gadinho! E geralmente vem acompanhado de um retireiro, quase sempre de nome Geraldinho, que veio somente para por defeito no seu gado. Depois de umas 3 horas, voltam do estábulo, entram para tomar café, suja o chão da casa com aquele cheiro insuportável de estrume e urina de vaca e no final anuncia: " nós até que gostamos do seu "gadim", mas vamos lá em Ibertioga e depois a gente se fala". Nunca mais dão notícia.
 
Já o comprador de cavalo, chega à fazenda depois das 10 horas, dormiu no hotel Grogotó, chega numa BMW ou numa Mercedez Benz, e vem sempre acompanhado de uma bela mulher, que GERALMENTE não é a dele. Quando começa a mostrar os cavalos a venda, a mulher ao ver o cavalo baio, logo fala " que lindo este amarelinho, meu bem!" . Quando solta o castanho: " e este marronzinho, que fofo". O macete é deixar o pampa por ultimo. Quando ela vê o pampa, emociona: " Nossa, amor, este estampado é demais, eu quero é este, ele é todo bordado !!!!" . Aí é só pedir alto, que ele paga o que pedir.
Mas há um viés quando ele volta para comprar com a mulher legitima. Ela não gosta de nada, tráz com ela um menino gordo, que fica brincando em cima da porteira, ótimo para empenar a mesma, e quando ele pede preço de um cavalo, ela resmunga " dinheiro para comprar cavalo tem, mas pra trocar a mobília da sala não tem!".
E assim segue a vida, cheia de diferenças mas sobretudo com muito humor e ironia.
Este caso é baseado em hábitos dos anos 60, 70 e 80. Hoje os produtores rurais de gado leiteiro tem perfil diferente e criadores de cavalos somente viajam com suas esposas, e são fieis às mesmas. (ai !)
Quem escutou esta estória (não é bem uma história) do meu pai, certamente lembra com um sorriso.

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